Frente Blogueira pela cidadania GBLT

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Uma Simples Crônica




Dia ensolarado, o vento nos cabelos, e o ambiente abafado de um ônibus. Cinco da tarde, horário de pico, gente voltando pra casa da escola e do trabalho, e eu dentro do ônibus superlotado.
Eu estava ali, em pé, sentindo os efeitos que um dia de trabalho, causou ao homem do meu lado. Pensei comigo que um desodorante ali caia bem.
De repente o ônibus para numa brusca freiada. Descem duas senhoras que estavam sentada nas cadeirinhas altas, que toda criança gosta de sentar. Em poucos segundos, já não haviam mais, as duas cadeirinhas vazias.
Um jovem que aparentava ter uns dezesseis anos, fones no ouvido e com belas roupas, se sentou em um dos bancos, ao lado de um simples menino de uns 7 anos.
O menino com chinelos sujos, roupas furadas e uma mochila que não guardava mais nada, sorriu para o jovem, que nem deu bola à simpatia do garoto.
Um senhor entrou pela porta da frente, que já não havia mais cabelos nem dentes, e que se segurava em uma magrela bengala. Ele entrou e ficou ali, em pé, se segurando para não cair, e ninguém daquele ônibus, ofereceu o lugar para aquele velho.
Deviam estar pensando, que estavam cansados de um longo dia de trabalho e não podiam levantar. Mas será que pensaram, que aquele senhor, não poderia estar cansado como eles, ou até mais? Cansado não de trabalhar nem de estudar, mas sim de uma longa vida que ele teve.
Mas parece que só o menino, simples e alegre, que reparou a situação do pobre senhor, que se levantou e estendeu a mão ao velhinho da bengala. Fez um gesto com a cabeça em direção ao lugar vago na cadeira e o fez se sentar.
Me impressionei com aquilo. Homens e mulheres maduros, com consciência da situação, não foram capaz de dar um simples lugar para um pobre senhor. Enquanto uma criança, que na mais pura simplicidade, deu àquele senhor, não só um lugar, mas também a alegria de um sorriso banguelo, naquele ônibus lotado, numa tarde de sol e ventania.

By: Bárbara Côrtes

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